Como hoje é dia Mundial do Rock e a 89FM disse que TODAS as "minha história" seriam publicadas até esta data e não publicaram a minha, pararam lá pra abril, se não me engano... resolvi postar a minha história aqui - é claro que eu guardo cópia...
89
Bem, minha história começou a muito tempo - mais do que a maioria que andei lendo aqui... espero que caiba inteira neste espaço...
Por volta de 1992 deixei de lado minha veia de adolescente dançante, estava cansada de ouvir as rádios pop e todas as canções house que adorava. Sempre gostei de rock por influência da minha mãe (Beatles, The Animals, Elvis) e meus tios (Pink Floyd, Queen, Supertramp), mas dividia com a nata do pop o meu gosto musical.
Até que um dia, uma música virou necessidade pra mim, era "Alive" do Pearl Jam. Eu só queria ouvir essa música, não queria mais nenhuma e ficava horas esperando por ela nas rádios pops... até que minha ansiedade tomou conta e comecei a vasculhar todos os dias por uma rádio que tocasse mais o grunge pelo qual já me contaminava e não teria mais volta...
Comecei a virar o botão do 3 em 1 (sim, ele tem quase trinta anos e está aqui paradinho no dial 89,1 - isso porque falavam mal da CCE...) e resolvi virar do comecinho do dial até o fim. Minha surpresa foi que não precisei virar muito e a primeira música que dei de cara foi.... Alive!!!! Marquei onde era a rádio e lá ficou.
Comecei a descobri mais do que grunge, mais do que Pearl Jam, Nirvana, Alice in Chains e Soundgarden. Descobri os anos 80 que acaba de passar batido por mim, The Cure, Smiths, Joy Division - eu viciei no programa da manhã de clássicos e para aumentar ainda mais minha vontade de conhecer as bandas, algo como "em busca do tempo perdido" e algumas eram um tempo que eu nem tinha vivido; tanto que depois ouvi o outro programa de clássico da noite, por volta das 10 até meia-noite - muitas vezes dormia com o walkman no ouvido, ficava na cama ouvindo e quando acordava, já tinha tocado a música que queria ouvir, ficava brava comigo rs
Trabalhei num lugar que depois que as "pagodeiras" saiam e eu ficava até mais tarde, ia lá no rádio e colocava na 89, era só pra eu ouvir, suportava tudo aquilo o dia todo, tinha chegado minha vez. Até que um dia encontro o recado com um "não mude a estação do rádio", o rádio não era meu, mas todo dia antes de ir embora 10:30 da noite, eu mudava pra estação pagodeira... mesmo assim, a mulher queria me ver infeliz, uma amiga me emprestou um radinho de pilha... e assim foi até passar na faculdade e mudar de emprego.
Mais tarde, ia pra faculdade e dormia, agora, no metrô e no ônibus com o walkman no ouvido na rádio rock. A tarde, quando não trabalhava, ficava ouvindo a tarde toda.
Sempre estudei com o rádio ligado, sempre fui meio maluca...
Ganhei prêmios da rádio rock que tenho até hoje: cd e camiseta do Travis, do cd Invisible Band: liguei e de primeira já consegui falar na rádio (um feito! sempre estava ocupado o telefone, congestionado!). Algum tempo depois, quem ganhou o cd e a camiseta do Travis? Eu.
Havia um programa de domingo que você escolhia 3 músicas e um cd para ganhar, fui sorteada, minha seleção entrou no ar e ganhei o cd que pedi: Sem Fronteiras, com duas músicas do Pearl Jam.
Ganhei adesivo também, que está até hoje na minha janela do quarto.
Ainda tenho o adesivo do show do... Pearl Jam com o símbolo da 89 e me lembro como foi uma loucura a mãe Dinah ter ido até a 89 e dito que eles viriam e todo mundo achava que era brincadeira... mas se confirmou e quase não houve o show por conta dos maravilhosos vizinhos do Pacaembu, foi o último show lá... em 2005!
Minha fidelidade à 89 já não era grande, eu nas minhas buscas incansáveis estava mais indie e na metade dos anos 90 já era uma britrock incontrolável adoradora de Blur. Achei outra rádio pra suprir isso... não nego... foi lá que "conheci" o Tatola e o Maia e pra minha surpresa a dupla está de volta fazendo o que eu mais gostava agora que já conhecia bem o passado, queria sempre mais do presente.
Admito que não senti falta da 89 quando se foi, porque fiquei brava com uma brincadeira que fizeram na rádio. Num programa na hora do almoço que eu acho que vocês puseram no ar pra concorrer justamente com a rádio dançante e seu programa que tratava e trata seus ouvintes como bocós, vocês adotaram a mesma postura (OU QUASE).
Uma ouvinte ligou e falou neste programa de vocês, ela falou para o locutor das Casas Bahia (já sabem quem é....) que queria ouvir Suede e o locutor disse: "O QUE É ISSO? É DE COMER? SE TOCARMOS ISSO A RÁDIO FALE!".
Aí sim parei de ouvir de vez, achei um grande desrespeito!
Dito e feito, a rádio mudou de mãos, por que ia falir mesmo sem tocar Suede?
Não sei, só sei que na época achei bem feito (estou sendo sincera... nem toda história é de amor!).
Não ouvia mais a 89, nem passava perto, porque eu sou assim, além de maluca, ansiosa por conhecer música (nem tanto hoje, deve ser a idade...) também não tolero: pisou no meu calo, morreu pra mim...
E a rádio, logo morreu mesmo...
Nestes mais ou menos 7 anos que a rádio ficou fora do ar, as outras que seguiam uma linha rock + alternativo + etc se foram também... só restou ficar com o antigo... e eu me sentia a tiazona que foi pra Woodstock sem ter ido... principalmente depois de ter passado 1 ano e meio em Londres ouvindo a BBC 2 e os programas do Jools Holland na TV... fiquei besta de voltar e não ter nada parecido... realmente o Brasil parecia ter parado no tempo até em matéria de rádios... em música nem se fala.
Aí a praga de urubu caiu sobre mim: ai, que saudade da 89, ela que era rádio de verdade!
E, finalmente, alguém do bem pensou em nós, nação roqueira que não gosta de só ouvir os clássicos que gosta de conhecer o novo, porque ouvir o novo é não ficar velho. Afinal, na minha opinião, só ficamos velhos quando a mente fica velha, empoeirada e não quer conhecer, não quer mais se abrir, quando ela para no tempo e isso eu nunca quis.
E com que alegria minha vizinha, também fã da 89, me avisou que a rádio havia voltado!
Quando liguei e ouvi, não acreditei. Até pensei (porque eu sou ruim desde criacinha): ai, se vai só tocar aquela farofada, logo desisto.
E pra levar um tapão de pelica a primeira sequência que ouvi foi: Muse, The Cure e Franz Ferdinand.
Vi uma senhora melhora na qualidade da rádio logo de cara!! Mas como boa chata pensei: agora só falta Suede :P
89
Bem, minha história começou a muito tempo - mais do que a maioria que andei lendo aqui... espero que caiba inteira neste espaço...
Por volta de 1992 deixei de lado minha veia de adolescente dançante, estava cansada de ouvir as rádios pop e todas as canções house que adorava. Sempre gostei de rock por influência da minha mãe (Beatles, The Animals, Elvis) e meus tios (Pink Floyd, Queen, Supertramp), mas dividia com a nata do pop o meu gosto musical.
Até que um dia, uma música virou necessidade pra mim, era "Alive" do Pearl Jam. Eu só queria ouvir essa música, não queria mais nenhuma e ficava horas esperando por ela nas rádios pops... até que minha ansiedade tomou conta e comecei a vasculhar todos os dias por uma rádio que tocasse mais o grunge pelo qual já me contaminava e não teria mais volta...
Comecei a virar o botão do 3 em 1 (sim, ele tem quase trinta anos e está aqui paradinho no dial 89,1 - isso porque falavam mal da CCE...) e resolvi virar do comecinho do dial até o fim. Minha surpresa foi que não precisei virar muito e a primeira música que dei de cara foi.... Alive!!!! Marquei onde era a rádio e lá ficou.
Comecei a descobri mais do que grunge, mais do que Pearl Jam, Nirvana, Alice in Chains e Soundgarden. Descobri os anos 80 que acaba de passar batido por mim, The Cure, Smiths, Joy Division - eu viciei no programa da manhã de clássicos e para aumentar ainda mais minha vontade de conhecer as bandas, algo como "em busca do tempo perdido" e algumas eram um tempo que eu nem tinha vivido; tanto que depois ouvi o outro programa de clássico da noite, por volta das 10 até meia-noite - muitas vezes dormia com o walkman no ouvido, ficava na cama ouvindo e quando acordava, já tinha tocado a música que queria ouvir, ficava brava comigo rs
Trabalhei num lugar que depois que as "pagodeiras" saiam e eu ficava até mais tarde, ia lá no rádio e colocava na 89, era só pra eu ouvir, suportava tudo aquilo o dia todo, tinha chegado minha vez. Até que um dia encontro o recado com um "não mude a estação do rádio", o rádio não era meu, mas todo dia antes de ir embora 10:30 da noite, eu mudava pra estação pagodeira... mesmo assim, a mulher queria me ver infeliz, uma amiga me emprestou um radinho de pilha... e assim foi até passar na faculdade e mudar de emprego.
Mais tarde, ia pra faculdade e dormia, agora, no metrô e no ônibus com o walkman no ouvido na rádio rock. A tarde, quando não trabalhava, ficava ouvindo a tarde toda.
Sempre estudei com o rádio ligado, sempre fui meio maluca...
Ganhei prêmios da rádio rock que tenho até hoje: cd e camiseta do Travis, do cd Invisible Band: liguei e de primeira já consegui falar na rádio (um feito! sempre estava ocupado o telefone, congestionado!). Algum tempo depois, quem ganhou o cd e a camiseta do Travis? Eu.
Havia um programa de domingo que você escolhia 3 músicas e um cd para ganhar, fui sorteada, minha seleção entrou no ar e ganhei o cd que pedi: Sem Fronteiras, com duas músicas do Pearl Jam.
Ganhei adesivo também, que está até hoje na minha janela do quarto.
Ainda tenho o adesivo do show do... Pearl Jam com o símbolo da 89 e me lembro como foi uma loucura a mãe Dinah ter ido até a 89 e dito que eles viriam e todo mundo achava que era brincadeira... mas se confirmou e quase não houve o show por conta dos maravilhosos vizinhos do Pacaembu, foi o último show lá... em 2005!
Minha fidelidade à 89 já não era grande, eu nas minhas buscas incansáveis estava mais indie e na metade dos anos 90 já era uma britrock incontrolável adoradora de Blur. Achei outra rádio pra suprir isso... não nego... foi lá que "conheci" o Tatola e o Maia e pra minha surpresa a dupla está de volta fazendo o que eu mais gostava agora que já conhecia bem o passado, queria sempre mais do presente.
Admito que não senti falta da 89 quando se foi, porque fiquei brava com uma brincadeira que fizeram na rádio. Num programa na hora do almoço que eu acho que vocês puseram no ar pra concorrer justamente com a rádio dançante e seu programa que tratava e trata seus ouvintes como bocós, vocês adotaram a mesma postura (OU QUASE).
Uma ouvinte ligou e falou neste programa de vocês, ela falou para o locutor das Casas Bahia (já sabem quem é....) que queria ouvir Suede e o locutor disse: "O QUE É ISSO? É DE COMER? SE TOCARMOS ISSO A RÁDIO FALE!".
Aí sim parei de ouvir de vez, achei um grande desrespeito!
Dito e feito, a rádio mudou de mãos, por que ia falir mesmo sem tocar Suede?
Não sei, só sei que na época achei bem feito (estou sendo sincera... nem toda história é de amor!).
Não ouvia mais a 89, nem passava perto, porque eu sou assim, além de maluca, ansiosa por conhecer música (nem tanto hoje, deve ser a idade...) também não tolero: pisou no meu calo, morreu pra mim...
E a rádio, logo morreu mesmo...
Nestes mais ou menos 7 anos que a rádio ficou fora do ar, as outras que seguiam uma linha rock + alternativo + etc se foram também... só restou ficar com o antigo... e eu me sentia a tiazona que foi pra Woodstock sem ter ido... principalmente depois de ter passado 1 ano e meio em Londres ouvindo a BBC 2 e os programas do Jools Holland na TV... fiquei besta de voltar e não ter nada parecido... realmente o Brasil parecia ter parado no tempo até em matéria de rádios... em música nem se fala.
Aí a praga de urubu caiu sobre mim: ai, que saudade da 89, ela que era rádio de verdade!
E, finalmente, alguém do bem pensou em nós, nação roqueira que não gosta de só ouvir os clássicos que gosta de conhecer o novo, porque ouvir o novo é não ficar velho. Afinal, na minha opinião, só ficamos velhos quando a mente fica velha, empoeirada e não quer conhecer, não quer mais se abrir, quando ela para no tempo e isso eu nunca quis.
E com que alegria minha vizinha, também fã da 89, me avisou que a rádio havia voltado!
Quando liguei e ouvi, não acreditei. Até pensei (porque eu sou ruim desde criacinha): ai, se vai só tocar aquela farofada, logo desisto.
E pra levar um tapão de pelica a primeira sequência que ouvi foi: Muse, The Cure e Franz Ferdinand.
Vi uma senhora melhora na qualidade da rádio logo de cara!! Mas como boa chata pensei: agora só falta Suede :P