sexta-feira, 31 de março de 2023

Salvem as professorinhas!

Estava tentando terminar meu rascunho dos shows de 2022, mas neste  momento temos que salvar as professoras e professores do Brasil.

O Diogo Almeida em suas redes sociais fez um desabafo muito honesto de como é a verdadeira vida de professor no Brasil, sem glamour, sem o "trabalha por amor", afinal vivemos no material world e temos que ser material girls, parafraseando Madonna.

A professor morta na Zona Oeste de São Paulo é triste. Vi gente comentando: mas uma mulher com essa idade, por que ainda quer dar aula? Parece que a culpa foi dela, porque, com a idade dela, estava no lugar errado. Não, ela não estava no lugar errado, pode ter o lado idealista como salientaram nas reportagem da TV, mas tem o lado cruel de se  aposentar e não dar pra pagar a cesta e as contas básicas.

Quando soube a idade dela, realmente, estranhei e perguntei na secretaria da minha escola: mas 71... não é aposentadoria compulsória com 70 anos? E me explicaram que ela deveria ser da famosa "Categoria O" (ou Uó, são contratados por 2 anos e não tem benefícios nenhum, duas faltas médicas por ano - se não perdem o contrato por falta etc etc etc), o categoria O pode trabalhar até os 75 (!!!).

É muito triste que todo mundo ache que sempre os professores sejam culpados por tudo: se fazem manifestação ou greve, se pedem mais direitos e ainda tem os que achem que somos doutrinadores. Num mundo onde crianças e adolescentes vivem 24 horas por dias, 7 dias da semana presos a celulares em seus aplicativos de dancinhas e redes sociais vendo gente inútil fingir ser útil, vendendo riquezas, mentiras e fake news, quem é o doutrinador?

O trabalho do professor é exatamente como o Diogo coloca: 40 alunos em sala (ou mais até), alunos especiais sem amparo. Eu estudei Letras, meu curso não teve uma preparação para alunos especiais. Já tive todo tipo de aluno com alguma especialidade, ajudava o que conseguia, mas isso não é ajudar a todos. Muitos alunos passam os 11 anos esquecidos em suas carteiras. Não por abandono do professor, falo por mim, mas por não dar conta. Não dou conta pelo número de alunos na sala. Imagina alunos de 12, 13 anos - 40 deles - enlouquecidos querendo conversar, jogar, brincar em sala e menos estudar? Como você cuida de um aluno especial nesse caos? A sala de aula no Fundamental 2 é um caos. Até essa fase meio criança, meio adolescente se acertar um pouco, é como se eu estivesse num mundo à parte. E é isso que 3 alunos meus do 7o ano fazem para poder assistir aula: se imaginam no mundo invertido (Stranger Things). 

Porque eu mesmo acho que vivo nessa realidade invertida.

O Ensino Médio é um caso de caos controlado de certa forma, a maioria se prende ao seu celular e o mundo ao redor não existe. Você pode passar filme, pode tocar música, pode fazer dinâmica, pode plantar bananeira na sala que alguns não levantarão a cabeça para saber o que acontece. Estão totalmente mergulhados em suas redes sociais, deslizando e deslizando dancinhas e besteiras postadas.

Alguns poucos prestarão atenção, mas talvez não ouçam com clareza enquanto outros falam de jogos, bailes funks etc.

Ouço muito artista falando bem do funk por aí, mas eles não entendem o que é proibidão ou não querem ver esse lado ruim do negócio? A cultura do funk que eu vejo todos os dias na escola, é a cultura da objetivação da mulher e a misoginia. A grande maioria delas não percebem o quanto são manipuladas por isso. É legal gostar de funk, você tem que participar do grupo, adolescente é assim, precisa estar no grupo, ser de um grupo, não quer ser o loser da turma. O loser da turma é quase sempre o que estuda, o nerd, e eles fazem o que podem pra desestabilizar o aprendizado do nerd: "por que esse trouxa fica aí perguntando? cala boca, meu!". Porque eles só SE ouvir. O centro do universo é cada. São totalmente egocêntricos, individualistas.

Ano passado, numa turma de 2o ano do E.M., uma aluna contava suas peripécias sexuais para as amigas em sala, e sem pudor algum, alto para que todos ouvissem, fazendo o tipo: eu não sou virgem e sou melhor que vocês. Não importa sua vida sexual, não deveria importar aos outros, só a ela e o namorado. Ao que tudo indicava, ela contou sua primeira vez e disse que foi estranho, as amigas deram conselhos e tal e ela fechou com chave de ouro com gestos obscenos e disse: pelo menos o p** dele é grande!

Eu estava com vergonha alheia da conversa, mas fiquei com vontade de responder: amiga, (como elas adoram chamar) se você não está conseguindo prazer nisso, só o cara tá se divertindo, que adianta o negócio ser grande?? 

Ela não percebe que é só mais uma que faz o que o cara quer e compra a fala dos machos: homem que tem essa obsessão por tamanho. Tamanho não quer dizer prazer! 

E elas achando que são empoderadas estão entendendo o discurso todo errado: sair e ficar no corredor na troca de aula, se exibindo o corpo não é empoderamento. É um mercado para os garotos. Vou falar isso pra elas, vão me chamar de velha, mal amada, gorda e tudo mais que puderem pra me ofender. Só não entendem que fazer um desfile de quem é a mais gostosa só os beneficia. Como sempre.

Voltando, é complicado ir a toda sala de aula e ver crianças já erotizadas, infelizmente é uma coisa que vem da falta de cuidado de pais, das famílias desestruturadas e algumas abandonadas à própria sorte. Você não vai concorrer com redes sociais, atos sexuais, bbb, influencers, funkeiros.

Neste 7o ano, como não os conhecia, no 1o dia de aula pedi uma redação sobre o que eles esperam do futuro (sempre peço isso pra turmas novas e pra ver como escrevem). Depois de anos vendo gente dizendo que querem ser médicos, advogados, veterinários, as respostas são: quero ser bilionário, quer ficar muito rico, quero ser uma influencer famosa e ficar rica, quer ganhar muito dinheiro etc.

Ninguém quer ter profissão, só querem ter algo que não sabem como chegar até lá. Alguns sabem: há jogos on line e por aplicativos de mensagem que se aposta dinheiro. Vários alunos estão se viciando. Até perderem tudo. Um aluno comprou uma chuteira, a outra aluna a mãe está felizona porque a filha ganhou 3.500 reais - como são menores de idade, precisam de uma conta bancária para receber. 

Além de chegar o momento de perder tudo e se endividar, tem o lado de seus dados estarem aí pela rede.

Então: pra que estudar se o jogo vai me dar dinheiro pra eu ter um IPhone (outra obsessão)? Pais apoiam isso, dinheiro fácil é bem-vindo e nunca desconfiam. 

A grande parcela de culpa, infelizmente, são dos pais, eles não se interessam pelos filhos. O maior interesse que a maioria tem na escola é deixar seu filho lá por umas horas para que fiquem em paz. Engraçado porque todo mundo é contra o aborto, mas aborta o filho em vida!

Eu não acredito mais na educação, já deixei meu lado mártir (como me disse uma vez um ex-namorado). Eu entendo que muita gente acha que possa ser capaz de fazer uma mudança, mas enquanto as políticas públicas de educação forem com interesses escusos, nada vai mudar, só piorar. E a politicagem não se deu conta disso: mais violência, mais desestruturação família, mais abandono, mais miséria, menos empregos qualificados e menos economia real girando...

Enquanto o Brasil for pra poucos, a maioria viverá ou se enganando que serão bilionários via jogos de azar e outros sofrerão as consequências por tentar alertá-los.

Esperança, respeito, não sei onde andam mais.

domingo, 5 de fevereiro de 2023

 Minha vida virou de cabeça pra baixo.

Alguns que leem aqui sabem que perdi minha mãe no final de agosto passado.

É como se um pedaço meu tivesse sido arrancado, um pedaço que não tem volta.

Não sei se consegui me conformar, se consegui seguir, porque não tenho conseguido viver o luto.

Meu pai tem Alzheimer e piorou muito depois que ela se foi. Ele sempre foi uma pessoa difícil, muito difícil. Alcoólico, depressivo, de mal com a vida, controlador, extremamente controlador.

Hoje somos só nós dois e a relação tem sido sem grandes contradições porque eu tento não fazer nada que possa mudar a rotina, que não tenha uma tensão. Porque quando havia tensão eu me dava sempre mal (ele descontava, na maioria das vezes, na minha mãe), agora se eu resolver mudar essa situação não vou "me dar mal", só vai ficar mais insuportável de viver na mesma casa que ele. E já é difícil o suficiente, pra que piorar?

Tenho a casa toda pra cuidar. Minha mãe sempre foi aquele estilo "rainha do lar" e que tratava meu pai como filho, o filho mais difícil e birrento. Começar a mudar tudo não dá. Por exemplo: tenho que fazer comida sempre, ele não fica sem o arroz e feijão de todo dia. Ele não come "lanche". Ele não abre exceções. E estou eu lá, sempre cozinhando, sempre tendo que dar conta de milhares de coisas e da casa. 

"Conselhos" tenho ouvido aos montes, mas sempre de quem está de fora e pensa que é fácil. Que num estalar de dedos tudo se transforma.

Não, não se transforma, não se modifica. 

Não tenho férias há não sei quantos anos. Primeiro porque cuidava da minha mãe, sempre doente. Agora ele que tem que ser cuidado. 

"Amigos" se afastaram, pararam de falar comigo e eu nem sei por que, e não faço questão. Eu não vou atrás de ninguém. Enquanto eu ficava de muro das lamentações pras pessoas eu servia, agora que preciso de um ombro amigo, não tenho. Parabéns pelo egoísmo de vocês!

Outros me mandam fazer isso e aquilo, como se eu tivesse tempo pra qualquer coisa, eu mal consigo respirar.

Outros perguntam por perguntar, porque depois me deixam no vácuo na conversa ou só falam de si, não me ouvem.

Não estou pedindo para que venham me bajular, fingir preocupação. Sei que cada um age do seu modo e nem sempre consegue se lidar com isso. Não fico chateada com quem prefere me dar espaço, estão certos. O que eu me irrito é gente querer se fazer de preocupado, mas não está, só quer fingir, como se fosse se safar de algo fingindo de bom samaritano. 

Prefiro que estes fiquem longe, bem longe mesmo.

Não estou pedindo afeto de ninguém, só dizendo que me respeitem. Respeitem a minha dor e se não conseguem ser empáticos, que sejam conscientes de que não vou deixar que você seja minha amiga se não conseguir conversar sobre isso comigo, eu mesma não consigo falar sobre o assunto. O que eu quero é sinceridade e respeito. 

Estou num nível de estresse sem fim, pode ser que eu venha até a ter algo. Já tive várias crises de ansiedade, uma semana inteira em crise de ansiedade. 

Não vou chorar por "amiga" que nem conseguiu me dizer algo bom no Natal e Ano Novo. Que sumiu mesmo. Evaporou depois que minha mãe faleceu. Você não é tão importante a ponto de eu te procurar depois disso. Espero que você não precise do muro das lamentações ou encontre outro para falar de suas obsessões e neuroses. 

Não vou mais ter tempo para "amiga" que manda que eu faça coisas das quais não tenho um pingo de cabeça pra fazer, um pingo de humor, um pingo de ânimo.

Não vou mais dar atenção a "amiga" que me deixa no vácuo na conversa. O vácuo será pra você.

Os poucos bons amigos que conseguiram se colocar no meu lugar e me deram nem que fosse apenas um "meus pêsames", mas de coração, sempre terão meu eterno agradecimento e amor. 

Aos demais, esqueçam que eu existo.

segunda-feira, 4 de julho de 2022

Da Depressão de cada dia mal compreendida

Para a maioria das pessoas, depressão ainda é vista como frescura, fraqueza. Por mais que as pessoas se digam compreensivas, basta uma palavra sua sobre não estar bem e já vem as pedradas. Porque querem ver você bem, mas de boas intenções...
Começam: bola pra frente, não é assim também, por que você não faz assim...? 
Sabe, isso cansa. 
E cansa muito!
E tem os que passaram pelo mesmo, que você deu o maior apoio quando precisaram, agora só sabem te criticar ou ignorar...
É fácil falar do outro quando se está bem, é fácil mandar você seguir em frente quando não sabe nada da minha vida.
Não saber o quanto chorei na cama (que é lugar quente) por anos. 
Quantos desaforos, vergonhas, assédios e bullyings eu passei.
Quanto desamor.
Quantas frustrações.
Nunca ser respeitada.
Nunca ter com quem conversar.
Nunca ter onde se apoiar.
Ser enganada por falsas amizades, falsos parentes, falsos amores.
Ser sempre motivo de chacota.
Ser a chacota.
Só ser querida quando precisavam de mim.

Se você não passou por nada assim sua vida toda, você não tem o que dizer e eu nem quero. Você não entende.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

De profundis

 Eu deveria escrever mais no blog, sempre foi minha terapia, mas muitas vezes tenho preguiça de ligar o computador, entrar no blog e escrever... não sei qual o desânimo pra isso, mas acontece.

Hoje não tive como fugir. Coisas guardadas nas profundezas vieram à tona e me senti tão mal, tão sozinha, tão abandonada como sempre...

Minha mãe estava revendo uma novela na TV, Ti Ti Ti, a segunda versão de 2010. Na trama há dois costureiros e minha mãe lembrou que eu adorava desenhar até o começo da minha adolescência e que eu poderia ter seguido carreira ligada a algo na área.

Daí contei a ela porque parei de desenhar: ia pra escola com duas meninas, uma estudava comigo e a outra era irmã dela, a irmã era quase 2 anos mais velha e era sempre muito má comigo, sempre me respondia atravessada e não fazia nenhuma questão de se mostrar legal. 

Um dia, ela, a irmã mais velha, achou meus desenhos debaixo de uma almofada no sofá de casa e mostrou pra irmã mais nova e começaram a rir sem parar e tirar o sarro. Nunca mais desenhei. Lembro que na época contei pra minha mãe na volta da escola, rasguei todos os desenhos, chorei e falei que aquilo não era certo, alguém fazer o que elas fizeram, minha mãe, na época, só ouviu. Hoje ela me perguntou o que eu fiz na época e eu disse que tirei os desenhos delas e fui pra escola sem falar com elas que tiraram o sarro de mim pra todo mundo. E falei pra minha mãe que contei pra ela sobre isso. Ela disse que não lembra.

Daí relembrei que elas tinham dois vizinhos que eram irmãos que também voltavam com a gente da escola e que também me infernizavam a vida. Me imitavam falando, imitavam eu andando, diziam que eu era corcunda, diziam que eu andava como o Carlitos, me chamavam de gorda. E que eu contei tudo isso pra ela e meu pai na época, que eu chorava todos os dias quando chegava em casa e que meu pai só dizia que não era pra eu fazer "inimizade com os vizinhos". Nessa parte minha mãe já não me ouvia mais e falava da novela, que parecia mais emocionante da segunda vez na segunda versão. E lembrei que sempre foi assim: eu falava e ela: peraí!!! a novela!!! 

Saí da cozinha e aqui estou...

Eu era a vítima e tinha que aguentar porque a amizade com os vizinhos e fregueses do bar do meu pai era mais importantes (como o pai desses moleques malditos). Assim como aguentava a outra vizinha que passou a ir com a gente também, mas ia até determinada parte com as amigas da sala, se você fosse falar com ela, ela ou ignorava ou reclamava dizendo que eu era mal educada de atrapalhar a conversa dela com a amiga, mas quando chegava na casa da amiga, ela corria pra falar com a gente e comia lanche Mirabell sem me oferecer esfregando na minha cara pra dizer que eu era tão pobre que não tinha dinheiro pra comprar um. E ela como filha de professora era querida por toda a escola.

Claro, por aqui no blog também deve ter o bullying que eu sofri da professora de educação física então não era nada fácil. O pessoal da escola só gostava de mim no dia da prova, quando todo mundo sentava perto de mim, naquele tempo era a CdF. O recreio era sozinha, a vida era sozinha, mas muitas vezes eu nem percebia isso, só analisei isso bem depois.

Tive amigas bem depois, mas até a mãe de uma delas achava que minha amizade era só pra dar nota pra filha: fui fazer trabalho na casa dela, como a mãe dela também era professora, falei pra ela ver se estava tudo certo (era uma das piores mães que já conheci na vida) e ouvi ela conversando na sala com o tio, falando pra minha amiga: ela não é a melhor aluna da sala?? pra que eu preciso ver se tá bom?  faz isso e pronto, não me enche o saco! (eu na cozinha)

Até hoje me sinto só, porque percebo que nunca tive alguém que me apoiasse, até meus pais não me davam apoio. Se eu era a vítima, eu não estava fazendo inimizade e sim os outros! Os outros eram ruins comigo e eles deveriam ter feito algo! Cresci sozinha, sem amigos, sempre com "amigas" de escola que tiravam sarro de mim: riam dos meus pais serem rígidos (eu poderia ter só 10 nas notas e não era boa o suficiente), riam de eu ser super ingênua, riam de eu usar roupas reformadas das minhas tias ou usadas das minhas primas que também sempre me viram por cima dos ombros delas. E  todo mundo sempre se achou no direito de me pisar.

Hoje eu sei porque não deixo ninguém falar nada na minha frente de um aluno, defendo sempre com unhas e dentes quem precisa, porque eu sei onde dói. 

terça-feira, 4 de maio de 2021

Textos sobre escola de 2020

 Do Twitter e Facebook

20 de janeiro

Esta é a grande inovação nas escolas estaduais de São Paulo: lousa branca! Saímos da era giz!!! Uhu! 2020!
Só uma coisa: o canetão, o Sr Bolsodória vai nos dar ou teremos que comprar com nosso ótimo salário?

14 de março

Onde está a professora de História e Sociologia que disse que faz e acontece, fecha escola em paralisação e greve, e estaria com a gente na eleição de representante de escola?

8 de junho

Vontade gigante de chegar no grupo da escola e falar pro palhaço que só posta venda de trambique de tv paga e porcarias afins: aqui não é a 25, meu filho!
Se liga!
Se sua aula (segundo TODOS OS ALUNOS) é ficar de pernas em cima da mesa brincando no celular, eu tenho o que fazer.

18 de junho

Ontem no SPTV2 o apresentador falou com indignação que as escolas particulares já estão com protocolos prontos para quando forem liberadas a reabrir para as aulas e que as escolas públicas não! oh! como assim? não???!!!!
Aí veio um professor de uma universidade particular de ADM falar que repor aulas (escolas particulares) será um gasto menor na vida destes estudantes na vida profissional deles do que o que as públicas estão fazendo, adiando a volta, porque o gasto destes alunos será de sei lá quantos mil reais na vida profissional e yada yada yada...
gente, essas crianças não têm o que comer! algumas moram em abrigos! sofreram violência doméstica, COMO, eu pergunto COMO as escolas públicas vão garantir álcool gel e distanciamento social em escolas lotadas? como vão fazer para ter menos alunos por sala de aula e aumentar a carga horária? como devem fazer as particulares? as particulares querem o dinheiro! ou vocês acham que querem a educação contínua de seus lindos e cheirosos alunos? ah, vá catar coquinho! todo dia ficam lá falando e reclamando das aglomerações pela cidade e acham que tem que reabrir escola? pôr crianças e professores em risco? "ain, mais não estão aprendendo!" eu acho que estão aprendendo mais: eu tenho explicado mais minha matéria via internet do que eu conseguia explicar numa sala cheia com 40 alunos falando ao mesmo tempo e brincando no celular.
não venham com hipocrisia de q estão prejudicando as crianças sem aula, quem estuda em escola pública, q há quase 30 anos de governo tucano é neglicenciada, sabe q tudo foi sucateado há tempos. O q os alunos estão perdendo é o afeto dos amigos e o refúgio que muitos têm na escola

24 de julho

Só acredita na segurança da "volta às aulas com protocolo" quem nunca mais pisou numa escola desde que terminou os estudos...
Na teoria, tem tapete sanitizante, álcool em gel e uso obrigatório de máscara. Na prática, tem um monte de criança com saudade dos amigos se abraçando, incomodada com a máscara e mexendo o tempo todo, tem compartilhamento de lanche sem dar tempo de a professora interferir, tem empréstimo de borracha, tem falta de profissional de limpeza de banheiros a cada uso e não tem sabonete pra lavar as mãos durante todo o tempo. E mais: se não pode brincar, não pode ir pra quadra, não pode parquinho, não pode cantina, não pode e não pode, voltar pra quê? Pra sentar solitário com uma máscara incomodando e só fazer dever!? Escola é mais. Muito mais que sentar longe dos amigos e só absorver conteúdos.
Só acredita em retorno seguro sem vacina quem não sabe o que é escola.
Copiei e colei! Porque amo a Educação, amo as crianças, e acredito que a saúde e o bem-estar tem que estar acima de tudo!
(Regina: não amo assim tão eufórica, né? rs aí eu seria hipócrita e não seria eu rs)

25 de julho
Na novela das 7, a mãe da personagem Elisa, vivida por Marina Ruy Barbosa, prefere acreditar no padrasto do que na garota no caso de assédio sexual, que fez com que a garota tenha fugido de casa e ido morar nas ruas do Rio de Janeiro, com sorte, como é novela, ela acabou sendo descoberta por um agente de modelos e está participando de um concurso.
A briga com a mãe, esta semana na novela, que continua a não acreditar na filha, e a chama de egoísta por dizer a mãe que se ganhar o concurso quer que ela e os irmãos vão morar com a moça e abandone o pai das crianças (que gasta dinheiro em jogos de azar e está com a casa em penhora, bebe e os trata mal), a mãe ainda diz que o ama, que é o amor da vida dela, que a filha quer que ela abandone o homem da vida dela.
O homem que tentou estuprar a enteada, mas que a mãe diz que não, que a garota viu coisas onde não existia e agora quer separar novamente o casal.
Pode parecer tudo muito fantasioso para algumas pessoas, imagina uma mãe defender tanto um canalha. Mas eu posso dizer a vocês que isso é bem até recorrente.
Sim, já vi casos assim na escola, ou de professorxs que contaram que viveram isso em outras escolas.
Filhas que não tiveram a mesma sorte da Elisa e que foram estupradas por padrastos ou os famosos "tios", "amigos" da mãe que veem as filhas como rivais: que consideraram que a filha se "ofereceu" para o marido.
O lado mais fraco fica sem vez, vai morar com parentes se os têm, ou vive na casa da mãe sofrendo violência da mãe e do "tio". Muitas mães fingem não ver e deixam as filhas sofrerem caladas. Uma amiga professora também, já postou um print aqui em que uma mãe (ela apagou nome e foto) pede conselho para "as amiga" dizendo: estou percebendo que meu marido está de olho na minha filha, ela está ganhando corpo, ai, meninas! acho que vou ter que mandar minha FILHA embora! O que eu faço?
E um comentário de uma amiga: "ai amiga, é isso mesmo! manda embora! não vai perder seu homem!"
A filha tornou-se a vilã, a inimiga, a rival, porque de criança, está ficando mocinha, mulher e a mãe não vai dar apoio nessa transformação porque vai "roubar o homem dela".
Infelizmente há muitas Elisas por aí que não encontraram um príncipe Jonata ou Artur para salvá-las.

29 de julho
Nos comentários do #SP1 sobre não voltar as aulas os "tios" das vans, um deles escreveu: professor não quer voltar para aula porque está recebendo e nós que não recebemos há 3 meses?
Amigo, como você vai fazer para levar crianças grudadas umas nas outras na sua van?
Você vai fazer 500 viagens de ida e volta para haver distanciamento social entre elas? Suas ajudantes vão usar máscaras direitinho e lavar toda hora as mãos com álcool gel?
O que vejo em findomundópolis é van passando voando com crianças balançando pra lá e pra cá e ajudante no celular. Criancinha em banco e cinto de segurança de adulto!
Se eu tivesse filhx, elx nunca subiria numa van de vocês!
Então não venha falar de quem realmente está preocupado com as crianças.
Outro cara nos comentários: ain, agora o governo quer jogar a responsabilidade para os pais!
(Porque o Governo quer que os pais decidam se o filho vai pra escola ou não e não haverá falta para quem optar em continuar em quarentena).
Claro que a responsabilidade é sua como pai! Até isso você quer que o governo arque? Com a saúde e segurança do seu filho?
Até nisso vai seu jogo de empurra em não criar seu filho com responsabilidade?
Jogar sempre a responsabilidade de alguém que VOCÊ pôs no mundo?
Você tem que saber se quer arriscar a vida do seu filho ou não.
PORQUE É MUITO SÉRIO! NÃO TEM TRATAMENTO! NÃO TEM VACINA! NÃO SE SABE NADA EFETIVAMENTE SOBRE.
****adicionado*****
E pro tio da Van que tá mais pra Véio da Havan:
Estou recebendo porque ESTOU TRABALHANDO! Quer ver minhas atividades que preparei e mandei para meus alunos? Quer ver o plantão de dúvidas que montei no Whatsapp para os alunos?
Relatórios? Horários de reuniões pedagógicas? Aulas online assistidas?
Tenho tudo aqui.

9 de agosto
Grupo de uma das turmas da escola e mãe manda vídeo de um pai tirando sarro de aula on line. Não vi, só li a legenda e fiz o papel de administradora que não sou:" desculpe, esse grupo é só para aulas. É estritamente pedagógico". Se não cortar agora, já era... sabe como o povo é
SEM NOÇÃO!!!
18 de agosto
Senta que lá vem história...
Já ia escrever textão nos comentários de post de uma amiga aqui.
Ela trabalha com educação infantil que e apegam mais.
Ainda mais crianças pequenas e a maioria a gente sabe só tem o carinho que vem das professoras e do pessoal da escola, elas são as que mais sofrem, mas o problema é ter um "depósito" para essas crianças para que pais, mídia, políticos e até os tios das vans fiquem felizes e não a saúde delas.
Eles falam tanto em recuperar o ano, mas aí chega um aluninho pra mim no 6o ano com fome, que não tem sapato, só um chinelinho e falta porque a roupa molhou na chuva e não tem outra e ele não sabe ler... por que nunca pensaram nesse aluno?
Porque eles não se importam de verdade! NINGUÉM QUER REALMENTE OLHAR A VERDADE!
E eu não estou falando de uma criança no Interiorzão desse país expostas a mais mazelas! Eu falo da "cidade mais rica da nação" do "estado mais rico do país", a "locomotiva que leva o país nas costas" e que eu já nomeei de os burros puxando a carroça. Criticar o professor é muito fácil porque é uma classe fdp desunida.
E entreguista. Por exemplo, o secretário da educação tem feito algumas lives e no chat, professores contratados SEMPRE perguntam: quando teremos direito a isso e aquilo?
E aí o secretário explicou que como contratados seguem o regime dos outros contratados de outras secretarias do estado.
O que todo mundo quer nessa época de pandemia é ser atendido no servidor, o que eles não têm direito, mas aí eu fico me lembrando das paralisações e greves que fizemos e na pauta sempre esteve dar aos contratados o direito ao iasmpe (hospital do servidor) só que MUITAS vezes estas pessoas eram as primeiras a não querer participar nem das manifestações (pois sabemos que pelos contratos eles têm direito, acho, a 2 faltas ao ano).
Muitos criticavam essas manifestações e ouvi professora dizer: eles faltam e a gente nem pode entrar na aula deles porque é paralisação e vai ser reposto o dia. Nem pra eu ganhar o dia...
Então, se prefere ganhar um dia de trabalho, uns 6 reais a aula, do que ter direitos garantidos lá na frente.
E assim segue a educação no "estado quase o mais hipócrita da nação" (a disputa é grande).
Ah! O Iasmpe está na pauta das autarquias a serem "canceladas" pelo Bozodória: todos perdemos.

26 de agosto

Isso me lembrou a frase que um aluno esta usando no Whatsapp (na escola pública estamos usando pra dar aula): "Jesus abênçõe meu caminho". Eu estou com urticária pra responder: você não faz atividade nenhuma de Língua Portuguesa e quer que Jesus faça o que pra você? Pegue na sua mão?

13 de setembro

Senta que lá vem textão...
Estava esperando pra ver a reportagem do Fantástico sobre a volta às aulas. A mídia tem um fetiche sobre isso, já deu pra perceber: TEM QUE VOLTAR ÀS AULAS!
Semana passada, as aulas voltaram no Ceará, e no Jornal Hoje conversaram com uma mãe que levava o filho de QUATRO (4) ANOS para escola e dizia: ah, ele tem que se socializar!!!!
E eu: tem! que se socializar com o coronavírus!!!
Criança de 4 anos tem que socializar, só que pandemia é o contrário disso para TODO MUNDO.
Isso vai prejudicar o filho dela? Bem, deve prejudicar porque claramente ela não aguenta mais o filho, faz o filho, depois quer que os outros criem. É basicamente assim que funciona, pelo menos em 80% por cento dos lares brasileiros (sendo otimista).
Não é a falta de socialização da escola que o prejudicará e sim ser um vetor do coronavírus. E ter essa mãe...
E eu fiquei de olho essa semana nas médias por estados e... Ceará está em alta!! Bingo! Também tiveram alguns cidades que abriram aqui em São Paulo, aí mostram numa escola em alguma cidade a professora de Educação Física com cada aluno no seu quadrado fazendo dancinha e ela de calça MC Hammer! famosa calça kgada! Não, gente, por favor! Acaba mais um pouco com a nosso reputação, né? o Diogo Almeida sempre tira o sarro das professoras de legging e essa me aparece de calça kgada dando aula de Educação Física? VTNC!
Voltando.
Aí toda vez é o mesmo tipo de reportagem com os estudiosos e gente que tem ONG ou seiláoque de educação e nunca pisou numa escola pública (só em escola pública modelo pra pôr os projetos deles em prática e dizer que funcionou, já viram isso? eu já! é bem comum: pegue uma escola central, com alunos fofos e poucos, escola pequena, diretora mão de ferro, professores gado e que não tenha aulas em vários períodos, você vai lá, indicado, por ser uma escola "modelo" e cumpre seu projeto que dá super certo! e apresenta como sua dissertação doutorado e todo mundo lhe aplaude! lindo!).
Esse povo que você vê chique, cheio de livros atrás, muitos professores doutores de universidades quetais (e a de hoje no Fantástico disse que falou com professores do Brasil inteiro que querem voltar a dar aulas, falou como? por internet, né, fofa?), tem uma visão da educação fantasiosa e acham que falando por vídeo conferência por aí está tudo resolvido: que todas as crianças vão respeitadas o distanciamento social quando encontrarem os amigos. Eles já vão vir da rua de casa abraçados aos amigos! Eles NÃO vão querem sentar separados, eles NÃO vão querer usar máscara e parar de falar. PORQUE ELES QUEREM PÔR EM DIA 6 MESES!!!!
Aí a reportagem falou com um pai que disse: "ain, meu filho mais novo já disse que não quer voltar pra escola..."
Eu: que p*rra de pai é você que nem tem controle num moleque? Então é simples, chama o Conselho tutelar e tira guarda. Se não tem controle sobre uma criança ir pra escola, dá a guarda pra outra pessoa! Bunda mole!
Também vi uma reportagem semana passada no SP1 de uma avó que não aguentava mais o neto em casa, que queria que voltasse às aulas porque ele não fazia as lições e repórter perguntou pra ele: você está com saudade da escola?! (repórter com aquela voz de feliz, nossa! que menino bonzinho! quer voltar pra escola!).
O menino meneou a cabeça dizendo que sim e ela, por quê?
Ele: tô com saudade dos meus amigos!
Se não fosse a máscara, você veria uma repórter com cara de tacho.
É lógico que o menino deve ser o cramulhãozinho! E o que ele vai fazer na escola? Pensa comigo: querer aprontar! E como você vai fazer com ele e os "amigos" ('os parça') da figura? Vai dar aula ou vai ter que ver o que ele faz pra manter a circulação de coronavírus pela escola?
Queria essas tias das associações, ONG de "escola feliz e perfeita" ir trabalhar no meu lugar pra elas verem o que é verdade e rasgarem as teses de doutorado delas, não sei se servem nem pra reciclagem aquelas
💩💩💩💩💩💩
Um professor que trabalhava comigo dizia: "filho é igual peido, cada um só aguenta o seu", mas a gente tem visto que não é assim rs
Posso dar os créditos? rs



O imbróglio do Sindicato

 Texto postado no Facebook e Twitter em março de 2020.

11 de março

Acabei de jogar
💩
no ventilador da escola: me candidatei a representante de escola pelo sindicato, eu e outras professoras. O professor que todo ano se candidata e nunca teve concorrência tem uns 30 anos de escola e também 30 anos de faltas. Nunca vem, quando vem, só reclama de tudo, como se ele não contribuísse para o problema, afinal, você tem folga dia para ir às reuniões do sindicato para replicar as informações aos seus pares, na escola, o que ele nunca fez, porque nunca vem.
Quando viu que tinha concorrentes ficou com o c* na mão e viu que tinha que fazer novas eleições.
Um professor que é do sindicato, mas não por nossa escola, intermediou a votação e, pôs todos os votos num saquinho e disse que iriam contar na presença de todos.
Na hora não me toquei do desatino disso, da manipulação que poderia ser feita!
Hoje, me disseram que o professor vagabundo ganhou e acabei de mandar pro Whatsapp da escola que quero eleição às claras senão irei na sede do sindicato!
Disse que isso é o mesmo que a direita faz (só pra sacaneá-los).
2020 não ficará pedra sobre pedra se depender de mim!

14 de março

Sabe toda a história da votação da escola? Os esquerdomachos se uniram, disseram que eu e a outra professora fizemos um linchamento com o coitado do outro professor diretor do sindicato que "ajudou" na apuração do professor omisso. Como se ele tivesse acabado de entrar na política e tivesse sido ingênuo, quando na verdade ele também está perto dos 30 anos de politicagem, um Renan Calheiros do sindicalismo. Macaco velho.
Daí cansei e pensei bem: se eu refizer a eleição, como fui orientada na sede oficial do sindicato, onde me explicaram todos os trâmites e ganhar, teria que lidar com outros lixos humanos como esses. Eles são só a pontinha do iceberg. Daí conversei com a outra professora e expliquei tudo isso.
A terceira professora simplesmente sumiu! Não se pronunciou mais! Ela que toda paralisação diz que fecha escola, que faz e acontece, simplesmente SUMIU!
Percebi que este professor cia Ltda são só a ponta do iceberg da politicagem praticada não só no sindicato como no Brasil. Sempre falamos: ah! A pessoa entrou na política com boas intenções, mas os que estão lá não deixam que se faça nada. As capitanias hereditárias continuam no poder. Aqui não é diferente. Minha luta é em sala de aula, com meus alunos, o resto é demagogia. Podem me chamar de pelega por não participar de paralisações, greves ou outros eventos, eu não ligo! Porque tudo isso é só massa de manobra! É igual ao livro Revolução dos bichos: são os porcos fazendo os cachorros de escravos enquanto eles pensam que trabalham para a coletividade.
Não entro mais nessa!
Não faço parte nem de A nem de B, faço parte do que faça sentido pra mim.
Só assim descobri que o final de Game of thrones e de Jogos Vorazes não são ruins: são a realidade: você é só mais um animal ora usado pelos homens ora usado pelos porcos para que ELES cheguem ao poder.
Saímos da eleição. Deixamos para os porcos.

O vice diretor saiu do grupo, ele esteve presente no dia da contagem de votos e quando pedi transparência dele, ele saiu do grupo.

Dia 03 de junho:
Lembram do professor que só falta há 30 anos e é representante do sindicato? na reunião por vídeo chamada que começou às 10 e ia até às 12h, ele chegou às 11:24. O que ficou em 2o lugar chegou em seguida perguntando pros amigos machos que cerveja iriam tomar. Profissionais.

Hoje: o mesmo vice que contei pra vocês nas postagens que está sempre de férias.
Ele voltou pro grupo depois que as coisas esfriaram, colocou uma figurinha de um bonequinho olhando com medo por trás de uma persiana... kgão!
Ah, o diretor não participa dos grupos...

Mais descaso na escola...

 Relatei no texto anterior o quanto está difícil trabalhar na minha escola.

Agora com a mudança de coordenador as coisas ficaram extremamente ruins... é muito difícil trabalhar do jeito que as coisas andam.

Depois de todo o descaso do começo das aulas.

Todas as informações são desencontradas, quando há informação sobre algo. Não entrei em greve como disse. Podem me chamar de pelega. Eu tive uma discussão feia com o cara do sindicato - postei no Facebook, mas não aqui, preciso postar aqui pra ficar registrado. Ele é o típico porco de A Revolução dos Bichos, sabe? Então, não achei que deveria estar do mesmo lado que esta figura. E como vi que vieram à escola poucos alunos, decidi continuar. No Estado lhe descontam na hora a sua falta, diferente de meus amigos na prefeitura que recebem o salário estando em greve, então, isso também complica as coisas.

Agora com dois coordenadores e dois vices a escola está pior de quando só um coordenador levava a escola toda nas costas...

Voltamos às aulas depois de 2 semanas de recesso dado pelo governo. Durante esse período ninguém da direção ou coordenação entrou em contato com a gente para dizer como ficariam as coisas na volta. Sei que eles também poderiam não saber porque o governo do estado joga tudo pra última hora também. Decidi do jeito que quer.

Mas não se falou em como seria a volta: deveríamos postar atividades no Google Classroom, whatsapp? Como ficaria a questão das atividades que devem ser postadas e os planejamentos destas aulas?



Só os grilinhos... 

E o pior: alunos e mães perguntando várias coisas nos grupos do Whatsapp e você sem saber responder e NINGUÉM da direção ou coordenação respondiam. Só a professora que é mediadora explicava algumas coisas, mas nem ela sabia exatamente como iria tudo acontecer.

Voltam às aulas e as apostilas que pedi para a vice direção e a coordenação que faltaram pras minhas turmas buscarem mais na Diretoria do Ensino ou sei lá como não apareceram. Disseram que procuraram, mas nada.

Alunos que ficaram sem a apostila não tinham como fazer a atividade em casa sem a apostila! O centro de mídias que transmite as aulas iria reprisar aquelas duas semanas, então, as turmas teriam tempo para fazer o que não tinham feito, desde que com a apostila...

Perguntava várias vezes nos grupos da escola quando foram abertos para podermos conversar, sem sucesso, ninguém me ajudava e ninguém (professores) sabia o que fazer: como seriam as reuniões, que dias, que dias seriam ATPCs, que dias e horários os alunos viriam... 

E O MAIS IMPORTANTE: COMO FICARIAM OS HORÁRIOS!!!

Tentei até falar com a coordenadora da manhã.


Foi só o que ela me respondeu... 

Então, é cada um por si mesmo, né? Ela não pode dar uma informação porque é uma informação do horário em que ela não trabalha... 

Um dia perguntei das apostilas que faltaram para a turma e ela: e que tinha um aluno na escola precisando da apostila para acompanhar pela TV porque ele não tinha internet. Ela: pede pra ele ir e voltar a aula pra ir copiando...

Meu! O menino vê na TV! Como assim voltar a cena? Como assim parar para copiar??? Ela não prestou atenção no que eu disse!

Comecei a ficar muito irritada com toda essa falta de diálogo, conversei com uma professora de outro horário que resolveu falar com o Diretor que disse que queria mudar as coisas com a saída do Coordenador que ficou muitos anos lá e tínhamos "diálogo demais" e ele pediu para que os novos coordenadores e a vice direção fosse mais dura.

Então responder questões da escola era diálogo demais...

Resolvi que pedirei remoção, mas até agora não saiu nenhuma informação sobre isso. Comentei com outra professora que disse também estar considerando fazer isso. E, enquanto conversávamos, o diretor apareceu para dar um oi e ela resolveu conversar com ele. Eu também falei algumas coisas como o ATPC do coordenador que se resume a TODAS  as reuniões a nos ensinar a mexer no Google Class Room... uma ferramenta que usamos desde o ano passado! E quando fiz uma pergunta mais prática ao coordenador ele não soube a resposta e ia procurar saber para me informar e quando disse isso ao diretor, ele tinha a resposta na ponta da língua: era algo simples! Só falar com a GOE (secretária da escola)!

No outro dia, mais desencontro, o vice já antigo na escola mandou dois áudios avisando das reuniões que seriam feitas no dia seguinte. Como o vice tem mania de mandar piada, não ouvi os áudios e, no outro dia, uma outra professora foi me perguntar se eu ia participar da reunião à noite e eu não sabia de que reunião se tratava e aí fui perguntar no grupo. A secretária mandou de volta os áudios pra mim e ouvi e não concordei: como assim uma reunião com o pessoal da tarde no período da noite que não é meu horário e que não tem nada a ver com o período da noite porque somos fundamental 2 e à noite há o ensino regular e o EJA do Ensino Médio?

O que recebi?

Um mandando eu ouvir os áudios e me dizendo que depois reclamamos de falta de diálogo. 

Ah, tá! Dois áudios falando de uma reunião que foi marcada sem saber se todos poderiam naquele dia e horário, não sei antes o vice reclamar da vida (o que ele adora fazer, parece que é mocinha de novela do Manuel Carlos: sofre por nada!). No áudio, ele começava a dizer que tinha voltado de férias naquele dia, que fazia 3ANOS que não tirava férias e que ele merecia (Leiam meu texto anterior em que fala que ele está sempre de férias).  Daí ele marca uma reunião pro período da manhã e outro à noite com EJA e Fund 2.

Eu disse que discordava, ele disse pra eu falar com ele na reunião que ele ia abrir espaço (mas não mudou a data nem horário de uma só para tarde). Disse que já tinha falado tudo que tinha pra falar com o Diretor no dia anterior e ele mas o diretor está de férias! E eu: mas ele esteve na escola ontem e falei pessoalmente. Ele fingiu que não leu, ou não sabe mesmo ler, e disse que se eu quisesse que falasse na reunião. Para não ficar com falta, participei da reunião às 19:30 da noite, muito longe do meu horário, mas não intervi, porque eu já estava me vendo ali como a megera, como fizeram ano passado no caso do Sindicato. 

Outra professora me apoiou e pediu pra eu me acalmar, falou em particular comigo, mas eu disse que não ia falar nada, porque se abrisse a boca seria pior... ainda mais com essa história do vice dizer que não tirava férias há 3 ANOS! Aquilo foi o que mais me irritou! Onde ele estava, então, todas as vezes que perguntei por ele quando precisava da ajuda dele???

Ele começou a reunião falando que todo mundo era adulto e que daria espaço para quem quisesse se manifestar, não queria ninguém virando a cara pra ele no corredor da escola.

Não falei, só respondi via chat da reunião a dois professores da noite que falaram a mesma coisa: o pessoal da tarde é outra realidade. E eu escrevi: foi o que eu disse sobre esta reunião unificada...

Não tive resposta, desliguei antes de terminar porque a professora que me apunhalou nas costas no caso do Sindicato só queria se mostrar, como sempre, sempre tem que falar e fazer a média dela... outros professores da noite também começaram a falar sobre o período da noite. Nada pra mim.

Voltei pra escola e o vice sem férias da novela do Manuel Carlos estava lá: virei a cara SIM! Não sou obrigada a falar com gente mentirosa e metido a esperto, safo! Sempre se safa quando a batata tá assando! 

Ele voltou a postar piadas e figurinhas no grupo dos professores, depois eu estava errada de não ouvir o áudio dele?

Conversei com uma professora que tentou me acalmar, ela está encarregada dos alunos com dificuldades especiais de aprendizagem. Ela me disse que manda mensagens aos coordenadores, eles visualizam e não respondem, ela queria saber quando poderia entrar em contato com os alunos, porque ela já tinha o material pronto para entregar para cada aluno.  Coincidentemente, a mãe de uma destas alunas queria saber sobre exatamente este material e que o atual coordenador não a recebia para saber sobre a questão da filha dela e que o ano passado, com o Coordenador antigo, ela sempre tinha respostas e diálogo. Tapa  na cara, né?

Comentei com a professora e ela me falou que mais à noite entraram em contato com ela no caso desta mesma menina para entregar as atividades. ( na semana de reunião na escola, esta mãe foi à escola pegar o material da filha e foi conversar sobre o caso da filha com o tal novo coordenador). E percebemos que a mãe só teve um retorno e a professora destes alunos só conseguiu fazer esse trabalho (pelo menos com uma aluna) graças a este desabafo da mãe no grupo.

Grupo de Whatsapp dos alunos fica bombando de mãe e alunos querendo saber informações e não obtendo respostas... tudo é largado!

Havia umas provas do governo para serem dadas aos alunos, eles deveria retirar no recesso na escola e mandar por um número de whatsapp a foto com o gabarito feito. Este número seria encarregado de fazer as planilhas. Ninguém sabia de quem era o número, porque queríamos usar as notas nestas provas para fechar o bimestre. A coordenadora me falou que o número era da coordenação e comentei com dois professores que me falaram: que saudade do fulano! (coordenador do ano passado)

Ele faz muita falta porque ele carregava realmente a escola nas costas. Agora com 2 vices e 2 coordenadores não há transparência de nada! Não há informação aos pais, alunos e até para os funcionários. A temível escola próxima que leva nossos alunos embora graças a desorganização da nossa escola já levou 4 dos meus bons alunos pra lá. Os pais cansam, os alunos se decepcionam e nós, professores, ficamos estressados...

Ainda teve o caso dos livros!!

Uma pessoa que cuida da sala de leitura me perguntou (porque eu ajudei a organizar a biblioteca da escola) se havia chegado caixas de livros que outros professores desta parte estavam comentando as entregas e essa pessoa, como responsável, mas está de licença médica, teria que ver e assinar a responsabilidade. 

Eu disse a verdade pra ela: vi as caixas, como sempre, jogadas e abertas debaixo de umas mesas no corredor perto da sala dos professores e que vi que uma das caixas deveria ter 4 livros do Obama e não tinha nenhum e naquela mesma semana tinha visto este livro com um professor. É um catatau! Não tinha como eu não ter marcado o livro e quando vi a caixa sem nada, somei 1+1, mas ainda faltavam 3.

Não disse quem era o professor e ela foi falar justamente com o vice chorão e aí ele disse a ela que não sabia de nada porque estava de...FÉRIAS! E o outro vice ia averiguar a história da falta de livros. Quando fui na escola dois dias depois, a coordenadora da manhã perguntou na sala dos professores se ali tinha alguma caixa de livros, porque tinha sumido os livros do Obama. Ela falou pra mim e mais dois professores na porta da sala, não entrou pra perguntar para os outros, tipo: fiz minha parte! Perguntei! 

Olha, o negócio tá muito feio e não é à toa que fiquei furiosa. Minha mãe disse que me estranhou de tanto nervoso que eu estava, quase tomei um Rivotril pra ver se me acalmava porque eu tremia por dentro de tanto ódio de tanta mentira, falsidade, enganação e falta de responsabilidade... e...

DIÁLOGO!

Estou tentando não entrar nessa "sintonia", mas no grupo de professores sempre o desencontro: qual o horário para esta semana? O mesmo da semana passada? Mudaram as datas do Conselho de Classe, mas vai ter aula nos dias? 

E só cri-cri-cri-cri!

A única palavra do coordenador foi: ah, deixei uns alunos entregarem os trabalhos em papel aqui na escola, mas com essa mudança de data nem vai dar pra ajudar a fechar as notas...

tá phoda!

sábado, 6 de fevereiro de 2021

A volta às aulas e a pandemia

 Existem muitos problemas para a volta às aulas, a maioria da sociedade brasileira acha que professor é vagabundo cheio de regalias e eu entendo porque algumas pessoas pensam assim, sempre tem os maus exemplos, mas falarei disso no decorrer.

Todo mundo sabe (ou finge que não sabe) que é preciso distanciamento social, lavar muito bem as mãos e uso obrigatório de máscaras. O que o governo do Estado de São Paulo insiste em ignorar.

Toda vez que você faz algum curso ou tem que assistir alguma live da SEDUC, sigla nova para a Secretaria da Educação, o que você vê é gente que nunca pisou os pés numa escola de periferia. Exemplo disso foi uma das funcionárias de lá comparar nossas escolas com as da Holanda e aí o secretário disse que não compararia mais com a Europa porque a gente não gosta de ser comparado com a Europa.

Não é questão de gosto: adoraria que as escolas daqui tivessem toda a estrutura de uma escola europeia, com menos alunos por sala e um bom acompanhamento, mas não é isso o que acontece! A maioria da secretaria pensa que somos igual à Holanda porque nunca esteve na Cidade Tiradentes, Brasilândia, Heliópolis, Paraisópolis, Jardim Pantanal e tantas escolas das periferias da capital, isso sem falar das periferias municipais, como professores que conheço e trabalharam em Itaquaquecetuba, por exemplo, e que quando chovia, ninguém chegava à escola porque o barro era intransponível! E as crianças se sujavam na lama para poder ter aulas. Uma comunidade super pobre e sem recursos.

Aí vem a pandemia e as aulas online que os pais e avós detestam! Na maioria, detestam não porque o filho não está conseguindo tirar dúvidas ou não tem acesso remoto, mas porque querem os filhos longe! Eu não sei qual é a graça de ter filho e depois dar pros outros criarem: nunca é responsabilidade deles! Sempre do professor e da escola que vira um depósito de crianças que sofrem violência doméstica (o "presente de Deus" não era tão presente, como ouvi uma moça falando no trem um dia: "filho é uma bênção de Deus, mas PQP!"), fome, falta de higiene em casa, falta de carinho e orientação etc etc etc.

Não foi a pandemia que criou esses problemas, eles só ficaram evidenciados para algumas pessoas, aquelas que nunca trabalharam numa escola pública de periferia. Dizer que "precisamos cuidar do emocional destas crianças que não têm apoio em casa e ficaram longe do estudo e dos amigos" é demagogia! TODOS OS SERES HUMANOS NA TERRA, com a pandemia, estão com sua parte emocional comprometida! Não são só crianças e adolescentes, mas todos! 

Querer cuidar do problema é bonito, mas através de aulas presenciais só vai trazer outro problema: mortes!

Eu sei! O Estado não está nem aí para os professores e boa parte da sociedade "de bem" também não: "Que morram os professores! Assim não teremos mais que pagar! Se for efetivo, melhor ainda porque o efetivo é o que faz mais corpo mole! Privatização já!". É esse o pensamento vigente. É assim que nos tratam e conseguem, além de jogar pais contra nós, também os próprios funcionários da escola nos veem como preguiçosos que não fazem nada. Cansei do olhar feio de algumas pessoas da escola que não gosta de professor (mas se não tem professor, não tem escola para essas pessoas trabalharem!), não que o pessoal da limpeza não tenha seu mérito, mas já conheci faxineira que desmandava no que eu fazia com a sala! É grave! TODO MUNDO MANDA NO PROFESSOR!! E falam mal da gente na cara!

Para vocês terem uma ideia a própria GOE (gerente de organização escolar, a antiga secretária) ficou contra a gente no dia que a Apeoesp ganhou a liminar na justiça para que não fôssemos presencialmente na sexta-feira passada. Ela disse que ela, os outros agentes escolares, coordenação e gestão estavam trabalhando até em casa sem folga!

Nós também tralhamos remotamente sem descanso: tirei dúvidas de alunos às 23h de um sábado.

Pode ser que seja só na minha escola, pode! Afinal, a escola está jogada desde que comecei a trabalhar lá, o diretor na época que entrei, 2005, se escondia na salinha dele e pronto! Ninguém o via! O vice? O vice ficava na sala mais no fundo da secretaria, longe de todos, jogando Paciência no computador. Já vi de tudo lá, muitas gestões do mesmo tipo... e ano passado perdi a data da remoção! Me culpo todo dia por ter esquecido, quem sabe eu tivesse achado uma escola em que o grupo de informes da escola não seja CCC: Corinthians, Cerveja e Churrasco. E quando se tenta falar do que seria realmente a função do grupo você é mal vista... "ah, a chata!". 

Sabe, isso cansa! Ainda mais este ano que o antigo coordenador foi para outra escola... Não tiro a razão dele: ele era o faz tudo lá. Ele tratava de tudo, menos conseguia tempo para a pedagógica, que era a função real dele.

Cadê o vice? Tá de férias!

Cadê o vice? Tá de férias!

Ouvi isso umas 4 vezes num ano...

E o Diretor? Não participa nem do grupo CCC que é o que ele mais gosta! Aí a GOE fica estressada com a gente...

Sexta passada, por conta da liminar que os professores ganharam na justiça de não precisar ir à reunião presencial e sim continuar em casa, várias escolas mandaram para seus professores os links das reuniões virtuais para atender a liminar judicial e não deixar nenhum professor com falta.

Na minha escola pediram para fazermos o papel de requerimento de falta com o anexo da liminar! Onde se escolhia a falta, eu não pus, fui em "outros" e coloquei "presença". Minha presença computada pela ordem judicial! Muitos professores não sabiam o que fazer ou se ficariam com falta mesmo. Também não sei se ficarei com falta, o certo é não ficar e, se for o caso, ir a juízo.

Daí essa semana foi de reuniões de planejamento.  Na segunda, a nova coordenadora, para fazer a reunião, tirou a máscara, disse que não íamos conseguir ouvi-la. Começamos bem! E a escola, que passa por reformas do tipo "passar um verniz por cima",  contava com pedreiros que NÃO USAVAM MÁSCARAS EM MOMENTO NENHUM!

A coordenadora disse que havia chegado os escudos de face, vulgo "face shield", mas por que ela mesma não usou? Outra professora conversou com o vice que, parece, conversou com ela e nos outros dias ela não tirou a máscara...

Aí eu perdi realmente as esperanças...

De terça a quinta fizemos reuniões PRESENCIAIS com os pais e responsáveis. A maioria só queria pegar o kit de material enviado pelo governo (mesmo que o filho não use pra nada, só quebre o lápis pra jogar no colega e as folhas de caderno para fazer avião ou bolas). Tem uma cultura aqui de que "é de graça, eu quero!": as lojas em inaugurações têm filas para o povo pegar um algodão doce ou um saquinho mísero de pipoca, parece um bando de mortos de fome! E não é só criança que fica nessas filas... Então, os pais chegavam na porta e falavam: "eu vim buscar o kit!". NINGUÉM veio pela reunião e quando falamos: tem a reunião e no final vocês assinam e pegam o kit eles ficam emburrados!

Os professores tiveram que dar a reunião E entregar os kits de material, além de dar a folha para os pais assinarem se o filho viria para as aulas presenciais ou continuaria remotamente.

Uma avó chegou atrás do kit e falou:

- Minha neta estuda de manhã, mas eu estava trabalhando e só vim agora pegar o kit!

Eu:

- A senhora terá que assistir a reunião porque são informações sobre como a escola irá funcionar e precisamos que vocês tenham ciência disso e...

- Vai demorar! Eu vim pegar o kit!

- A senhora terá que ouvir a reunião pra depois pegar.

- MAS EU AINDA TENHO QUE IR NA REPÚBLICA!

Minha vontade era responder: o que você vai fazer na República, tia? Rodar bolsinha? Dar c*????

As pessoas não entendem que tem a ver com a vida delas!!!!

As pessoas realmente me irritam com tanta ignorância! Com uma pandemia assolando o país e você quer um kit de 2 cadernos, 2 borrachas, 4 lápis, 4 canetas, um apontador e uma régua? Isso é o mesmo importante? Certeza? 

Por que ela não veio na hora certa da reunião nem pediu pra alguém pegar pra ela? Fizemos horários separados pra não haver aglomeração! E adivinha... tivemos picos de atendimento de pais... não dávamos conta, ainda mais porque era eu e mais uns 3 professores! O resto ou veio no horário da manhã, que não é o deles ou ficaram na sala dos professores, sentados, grudados nos seus celulares!!

Sim! Eu falei que há maus profissionais! Tá aí... Cada um por si! E todos se fu...

Aí outro professor que esteve todos esses dias no mesmo horário que eu e ajudando foi conversar com a coordenadora e ela disse que quem tinha que dar as reuniões eram os professores, mas ela não disse nada de fazer um rodízio... E ele me contou que na outra escola que ele trabalha quem entregou os kits foi o pessoal da escola, mas totalmente protegido, inclusive com luvas!

Cada vez que fico sabendo de outra escola, como está trabalhando neste momento, principalmente, eu fico com ódio de mim por conta da remoção que não pedi!

Na quarta, a hora que fui embora, pois não tenho 30 aulas, ou seja, o horário completo, a professora mediadora (que agora a função ganhou um novo nome) é quem estava atendendo os pais e quando viu que eu ia embora perguntou se não havia mais professores na sala dos professores para ajudá-la. Não, não havia! Todos tinham dado "um perdido". E ela chamou um rapaz da secretaria para ajudá-la.

Pensei que, chegando na quinta, haveria um rodízio de professores para as duas últimas turmas de reunião. Imaginei que a mediadora teria ficado p*ta da vida e falando com alguém, mas... NÃO! Eu e o mesmo professor e mais 2 outros fizemos as reuniões, assim como o novo coordenador da tarde, na reunião de terça, ficou assistindo nós darmos reunião enquanto ele mexia no celular... 

Ainda na quinta, um professor novo, bem novo mesmo, nem sei se é formado, chegou e disse "ah, hoje é dia de ATPC, né? Como ainda não tem vou ter que ficar aqui pra cumprir horário... que saco!".

Que saco mesmo! Já chegou e acha que a educação é cumprir horário e achar ruim por isso! Vai ver se foi ajudar com os pais? NADA! Como já disse: o ano começou bem!

Ou seja: todo folgado hoje em dia acha que ser professor é moleza e ainda reclama de cumprir horário brincando no celular! Nunca vi o fulano na vida, mas já tenho minha própria ideia sobre ele: só mais um preguiçoso que acha que ser professor é ter 2 férias no ano, professor tem carro (eu não!) e faz a hora que ele quer (uma vírgula! porque eu sempre me f*do no horário que montam!). Tô cansada dessa gentinha que entra na educação igual o nosso querido presidente entrou pra cuidar do país: pra benefício próprio!

E ainda sou tachada de não gostar de dar aulas! Porque sou crítica!!!!

As pessoas me cansam num grau!

A coordenadora é da manhã e fica até às 14h o outro coordenador, que mostrou ao que veio,  começa às 14 e vai até às 23h. Ele não se apresentou aos pais, assim como o novo vice que ficará no mesmo horário, agora são 2 vices...

Sexta, ontem, nenhuma reunião de pais e sim uma de professores para planejar a acolhida aos alunos (sim, na sexta). A coordenadora disse que começaria às 13h a reunião. Eu, idiota como sempre, cheguei no horário e aí, eu e o mesmo professor esperando... até às 14h... e o vice antigo disse que a reunião seria com o novo coordenador que chega às 14h. Chegou 14:30h, começou a reunião 14:45h. 

O vice veio falar do horário, porque eu fui perguntar para a coordenadora se teríamos uma prévia ontem, afinal, segunda é aula! Ela me disse que ainda estavam ocorrendo atribuições de aula, por isso não fechou o horário

Nota: TODA escola fecha seu horário com as atribuições dos efetivos, os retardatários nas aulas remanescentes o professor tem que pegar no horário que está feito, MAS na minha escola "os últimos são os primeiros"!

Fomos para o pátio por ser mais arejado, antes de começar, ele mandou eu e o outro professor de sempre largarmos nossos celulares (olha quem fala!!!).

Daí começou a lorota pra semana que vem...

Como ele não tinha nada planejado, começou a olhar no CELULAR o que havia sido discutido de manhã e o que foi decidido e ver se aceitávamos as mesmas propostas...

Aí eu falei: e os outros professores da tarde? Todos estes dias só têm vindo eu e mais 3 professores... e ele: ah, alguns professores preferiram vir de manhã, até mesmo pelo acúmulo deles (oi? se eles têm acúmulo, tem que ser de manhã para trabalhar à tarde! o que faziam de manhã?), mas semana que vem estarão todos aqui.

Daí falou quais as propostas da manhã, que o professor amigo de fé viu que estavam todas no site da SEDUC... 

CTRL C CTRL V

Eu, de saco cheio, já estava lá desde às 13h, fui aceitando tudo... daí ele começou a falar que as primeiras aulas (das 7 aulas de cada dia, das 13h às 18:35h) seriam na quadra, pra poder falar com todos os alunos sobre os protocolos sanitários.

Eu: deixa eu perguntar uma coisa: esses pedreiros estarão aqui na segunda?

Coordernador que não coordena: não, sei... acho que não. Acho que eles têm que terminar esse fim de semana e (começa a falar da reforma que nem desentupiu a pia do banheiro feminino...)...

Eu o cortei: porque se eles ficarem pra lá e pra cá sem máscara como a gente vai conseguir fazer algum aluno ficar de máscara??? eles vão ficar: se eles podem por que eu não posso?

desCoordenado: eles estão sem máscara? eu nem reparei! estava tão focado em organizar e planejar a volta às aulas que nem me dei conta disso! (ah vá tnc! eu vou acreditar nessa fala de 💩???) Eu vou falar com a direção e ver, se eles forem trabalhar estarão todos de máscara! (ãham)

Daí continuou na historinha bonita dele de fazer uma árvore emocional, mas como ele também trabalha numa escola particular não teria tempo, mesmo assim iria procurar os materiais e fazer (xiiiiii!).

E começou a falar do programa que usam na escola particular que ao mesmo tempo que se dá aula on line, você pode colocar perguntas para os alunos responderem e tal que poderíamos pôr na nossa escola (dando uma de garoto-propaganda, né? tá bom...).

Eu interrompo de novo: mas nós temos alunos que moram em abrigos, além dos que não tem condição nenhuma de acessar a internet...

Descoordenado: ah, então tudo bem! podemos continuar com o Google Class Room! (outros professores falaram do Google Class Room que já está interligado à SEDUC).

E ele falou dos professores de Tecnologia: agora 2 professores da escola ficarão incumbidos de dar informações aos alunos para acessar ás ferramentas tecnológicas, pois ano passado tiveram muitos problemas que os alunos não conseguiam acessar, mesmo tendo os meios.

E eu (a chata rs): esses professores vão na sala de informática (que nem sei se existe e funciona ainda) levar os alunos e ensiná-los a mexer lá?

Descoordenado: não sei... não sei se vão usar slides... (ele nem sabe que só uma sala tem retroprojetor... o governo disse que ia pôr em todas, mas até quinta, quando fui curiá, não tinha nada de computadores nas salas e retroprojetores....), mas acho que, neste primeiro momento, vão conversar  com os alunos.

E aí, ele queria que nós fôssemos até a quadra para colocar com fita crepe X onde os alunos não poderiam sentar, para haver o distanciamento social. Isso já era 15:30h, enquanto ele desceu com outros professores, eu voltei pra sala dos professores, peguei minhas coisas e tchau! 

Se ele quer que a gente se vire das 13h até às 14h, que é o horário que ele chega porque tudo é horário cronometrado e num primeiro dia de aula ele não pode chegar mais cedo para ajudar, quem sou eu com 18 aulas e já tinha cumpridos umas 25 de tanto ajudar a semana toda? Usei do mesmo método, por tem hora que chega e eu não posso mais me submeter a isso!

Agora, hoje, soube que a Apeoesp decretou greve dos professores, o representante da escola mais falta que vem é um folgado que só quis ser representante porque no dia de reunião do sindicato não leva falta (essa é uma história longa que contei no Facebook e vou trazer pra cá, espero rs).

Bem, os dados do Sindicato e do Deputado Carlos Gianazzi são gritantes.

Deixo o link dos casos de covid-19 nas escolas do Estado de São Paulo, conta até com mortes: http://www.apeoesp.org.br/publicacoes/educacao/casos-de-contaminacao-pelo-covid-19-na-rede-estadual-de-ensino/

Eu estou em greve: meus pais têm 77 e 79 anos. Não posso pô-los em risco, moro com eles. Vi coisa errada demais durante esta semana na escola... E ainda encontrei outra professora, de outra escola, que me disse que na escola dela às aulas serão reduzidas, das 13 às 15 horas e que a semana que passou foram todas reuniões online... não dá, né gente? Se uma escola pode fazer isso, por que a minha não pode? PQP!

Vídeo do professor e humorista Diogo Almeida que é perfeito, sobre a volta presencial na pandemia.